quinta-feira, 26 de maio de 2011

Bichinhos de Estimação & Morte

Sabem, dia 21 meu Porquinho da Índia veio a óbito. Não sei como dizer, mas ainda não superei bem isso. Ele foi comprado a cerca de um mês atrás, morava no meu quarto e era muito acanhado, levou umas duas semanas para convencê-lo de que não o faríamos mal, me afeiçoei muito com ele e estava super feliz de tê-lo, pois desde que eu tenho 12 anos nenhum bichinho de estimação da certo comigo. Meus pais, em dado momento, se zangam, ou o animal foge, ou me agride, ou quebra todas as coisas dentro de casa, ou seja, estava muito feliz.

Eu o colocava sobre o meu corpo quando estava deitada na cama e ele andava sobre o meu corpo com as suas patinhas e garrinhas afiadas. Eu deixava ele se esconder 'dentro' dos meus cabelos, junto ao meu pescoço, ele costumava tremer de medo, nossa, mas como eu o amava.

Ele começou a ter muita diarréia, achei estranho e liguei para uma veterinária, demos Tylenol gotas junto com frutas ou na água, ele parecia melhorar, mas logo em seguida tinha uma recaída. Tornei a ligar para a veterinária algumas vezes e ela me orientando a dar outras frutas e verduras que segurassem o intestino do animalzinho, sempre melhorava e, logo em seguida, tinha uma recaída feia.

Achei que já era de mais, caminhava para a três semanas e meia de diarréia sem resultados no tratamento ao que o estávamos submetendo, o levei para a casa de uma amiga, uma irmã para mim, onde iria passar a noite e no dia seguinte bem cedo o levaria a veterinária para exames, remédios e coisas assim.

Ele já tinha se familiarizado comigo, com minha irmã, mesmo com a pouca convivência, meus pais, avós e meu irmão (de sangue), gostava de nós e amava maçã, bem se ele sentisse o cheiro de onde estivesse em sua gaiola já vinha procurar mais perto das grades para ganhar a fruta, ele fazia seus sons característicos e a cada dia ele aprendia a fazê-los mais alto, a dar tom de desesperoe urgência pelo alimento.

Bem, na manhã de sábado eu e minha amiga acordamos por volta de sete e meia da manhã e ele tinha feito muito barulho durante a madrugada, ambas o tínhamos escutado durante toda a noite a arranhar com veemência a caixa de transporte para animais, entretanto estava calmo pela manhã. nem se mexia.

Abri a porta da pequena caixa tamanho 1 e ele estava deitado próximo a porta, mas não se mexia, nem entrando na caixa ou saindo dela para me ver ou a minha irmã, o peguei com muita facilidade e ele não reagia ao toque, ao movimento, parecia estar desacordado, mas o coração ainda batia e ele fazia muito esforço pra respirar, como se algo estivesse entalado em sua garganta. Apesar de a veterinária só abrir às oito da manhã, entramos no meu carro com ele nas mãos e fomos direto para a clínica veterinária em questão, alcanssácemos nosso destino em menos de trinta minutos entretanto a clínica ainda estava fechada, a veterinária ainda não tinha chegado, e, agora, estava em minhas mãos, se contorcendo na tentativa de respirar entretanto sem sucesso aparentemente, me sentia impotente vendo-o morrendo em minhas mãos. Uma veterinária então chegou ao consultório, no entanto não era a de animais silvestres, mas sim de cães e gatos.

O tirou das minhas mãos e tentou auscultar o coração, que já há algum tempo eu não sentia mesmo ao segurá-lo, disse "Acho que morreu, acho que já morreu.", em seguida a veterinária de animais silvestres entrou pelo consultório e tentou reanimá-lo, sem sucesso, disse que deveria ser pneumonia a causa da morte, e que queria o animal para fazer a autópsia, concedi, chorava muito e quando entrei no carro não era capaz de dirigir, entreguei as minhas chaves do carro para minha irmã e ela me levou de volta à sua casa, eu ainda deveria ir à faculdade, estava atrasada.

Sinto falta dele, ele estava aqui pra me ouvir, mesmo sem me entender, ele ficava andando pelas minhas costas quando eu assistia filmes e seriados, e ele estava sempre à minha espera, e quando finalmente ele tinha se adaptado e estava se sentindo mais a vontade conosco, morreu. Sinto como se tivessem levado um pedaço do meu coração com sua morte.

Me sinto mais solitária hoje, sem ele, entretanto não quero outro Porquinho da Índia agora, mamãe acha que seria bom pra mim mas eu não comungo com esta idéia, felizmente posso dizer que estou feliz de tê-lo trazido para dentro da minha casa, por livre e espontânea vontade, e que o amei, mesmo.

Sei que eles estão sempre lá, e muitas vezes você nem da atenção a eles, mas quando se vão fica um vazio em nossas vidas, mostrando que mesmo a menor das vidas tem importância e que fazem falta.



Meu Porquinho da Índia se chamava Qinho de Branquinho, mesmo tendo maior parte dos pêlos que cobria seu corpo pretos, e todos entranhavam seu nome por isso, ele tinha um lindo narizinho Branquinho.
Sinto sua falta Quinho, amor de mãe, você foi importante pra mim.

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