segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Mentiras

Meu anjo de asas prateadas, voa lindo no céu onde não posso alcançá-lo, voa livre. Decidiu contar-me mentiras, e elas foram navalhas de suas lindas plumas prateadas, e meio ao céu azul de brigadeiro de uma tarde tranquila o céu, assim como as lindas plumas prateadas de tuas asas, se coloriram de vermelho então vi meu coração chorar, vi uma chuva de sangue que de ti brotava e transformava uma tarde tão bela em dia amargo de se recordar, mentiras que decidistes me contar, e sabias bem, uma hora te alcançariam.
Tive de ver-te cair de tão alto, tive de assistir, pois minha preocupação era tanta que não atrevi-me a cerrar os olhos, mesmo com a dor penetrando meu coração como uma faca de dois gumes com um ferimento tão profundo que me foi matando o amor e admiração que tinha por ti. Assisti por tanto tua queda, em poça de sangue estendido ao chão, com apenas alguns para lhe prestar socorro, eu estava lá, mas não me atrevi a olhar seu rosto, não me atrevi a ver seus olhos a me olharem, não sentia mais o mesmo, você quis e conseguiu matar o que acabara de brotar em meu coração, foi um momento tão breve, mas um voo tão lindo ... mesmo com o vermelho muito presente nesse mesmo dia, vou me lembrar sempre de um anjo caído, e uma mulher burra o bastante pra acreditar nesse anjo mentiroso.
Virei-me de costas para não mais sentir o terror de tais mentiras que me rodeavam a lembrança, senti um calor intenso atingir-me na mesma hora, como se seu corpo tivesse entrado em chamas em um instante, tive medo do que poderia fazer com tanta inquietação presente naquele fogo e portanto não me afastei, mas assim que as verdades por trás de suas mentiras aparecerem vou te ensinar a me perder, e você vai me perder pelas navalhas em que me fez acreditar e sua consciência se encarregará do final, de que rumo essas chamas vão te levar, se a te consumir por completo, ou se a regenerar, como a ave mítica fênix, o que ainda restou de bom em você.
Posso apenas esperar para ver o resultado, nada mais, espero que se regenere e reconsidere suas atitudes e TALVEZ os deuses possam me deixar desculpar esse anjo caído que surgiu de repente em minha vida.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Cartas para Julieta

Sei, longe de tudo e todos e posso admitir, não sei bem o que faço às vezes, mergulho meu coração em solidão e tristeza, quero só uma carícia, uma palavra, uma conversa, um amor, mas um daqueles de verdade, alguém em quem se possa confiar.
Se tem coisa que eu odeio mais que ficar sozinha é me sentir sozinha, e mesmo assim tenho tanta dificuldade de ver o que é tão simples, de entender o que está diante de meus olhos o tempo todo, ver quem me quer mesmo. Querer alguém que também gosta de mim.
Talvez eu tenha algo, que ninguém sabe bem o que é, só sabe que não quer pra si, não me querem por perto, alguns amigos meus vieram com a teoria de que sou mal compreendida, por que todo amigo novo que acaba de me conhecer tem uma impressão de que eu sou mala, folgada, chata; dê dois meses ou três, mesmo os mais perspicazes, ou a maioria, passa a concordar que não sou tão mal assim, não digo uma pessoa legal, mas suportável, com quem se consegue conversar por alguns minutos.
Entendo que é difícil se encontrar o verdadeiro amor, aquele que está escrito nas estrelas, ou que o destino guardou pra nós, chego a ser tão realista que,por certo tempo parei de pensar sobre isso para evitar certo sofrimento, mas vez ou outra esses pensamentos voltam e com ainda mais força, e me fazem pensar de mais, o suficiente para começar a sofrer por causa do coração, já muitas vezes machucado.
As vezes esqueço, mas as vezes um nó bem apertado me oprime a garganta e faz sentir vontade de chorar, faz sentir vontade de não estar tão sozinha assim como me sinto, ou, ao menos, não me sentir assim tão só a ponto de chorar a noite.
Nesta noite tão linda de Lua Cheia choro como menina em primeiro dia de aula, que não que se separar da mãe para se juntar à classe e tomar as lições com os outros alunos. Quero apenas ser honesta e sincera e dizer o que sinto para a minha mãe, mas não o posso, não posso mais.
Não posso mais contar com ninguém, a não ser meu próprio sofrimento que, por agora, é a única certeza que vem me acompanhando.


"Duvides que as estrelas sejam fogo, duvides que o Sol se mova, duvides que a verdade seja mentira, mas não duvides jamais de que te amo." WS