quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Vida escolhida

Sei, e as vezes vejo que nada é bem como agente quer, mas agente faz a escolha depois que tudo termina, quando os fatos se tornam de verdade fatos eles já estão no passado, isso não se pode mudar, mas suas escolhas de hoje em diante só você pode fazer.

Os erros que você escolheu cometer fazem parte da sua vida, e isso faz parte de quem você é, nada, por mais que você esqueça, deixa sua vida por completo.As vezes olhando pra minha vida tenho vontade de mudar tudo, fazer uma escolha louca, cair na estrada sem rumo e sem amanhã, sem futuro ou arrependimentos, mas acho que eu ia acabar me arrependendo disso também.

Mesmo que eu queira, agora não posso mudar mais nada do meu passado, e sei que meus erros também fizeram parte da minha vida, mas como pessoa não sei ainda o que quero de verdade pra minha vida, só o que eu não quero fica na mente, mas se tirar tudo que não se quer a vida não ficaria perfeita? Pois é, mas nada é assim tão simples, nada pode ser o que queremos a hora que queremos.

Mas uma coisa hoje tenho certeza, tirar as más lembranças da minha vida é o que eu mais quero, mas é o que nunca sai por completo.

Hoje sei que eu não quero ficar sozinha, mas não sei se alguém poderá, de alguma forma, me amar a ponto de ficar comigo uma vida, sei também que isso de "uma vida" passa muito depressa, você pode notar isso a cada compromisso do dia, que se torna de um mês; de um ano.

Oque eu queria pra esse ano? O que eu queria pra minha vida? São coisas que aos poucos vão ficando sem resposta.

O que eu queria agora era chorar, chorar até o Sol apagar. Chorar até o mundo girar. Chorar por tudo que eu quero e não consigo alcançar. Chorar por uma vida de sonhos sem realização. Chorar por um álbum em branco de lembranças maravilhosas que nunca vivi. Chorar por não poder conversar com a minha mãe. Chorar por não conseguir sequer dirigir a palavra ao meu pai. Chorar pela decepção que eles vão realizar que eu sou em alguns anos, quando se derem conta do quanto tudo isso foi inútil. Chorar pelos meus amigos que tem de me aturar sendo quem eu sou.

E isso é fato, sou quem eu sou, sou o que eu sou. Não sei mudar direito, não sei ser mais ninguém. Eu queria um amor pra vida inteira, queria que fossemos apenas nós dois, sem filhos próprios, talvez um adotivo, mas não queria jamais engravidar. Queria ser alguém que as pessoas pudessem se admirar, se orgulhar. Há horas em que me sinto totalmente sozinha, como se minha voz no mundo não fosse mais que um ruído aos ouvidos de toda a humanidade. As vezes acho que eu sequer merecia o que eu tenho hoje junto a minha família.

Não suporto a ideia de que eu tenho de tomar uma dose diária de remédios para controlar o que eu sinto sobre mim mesma, como agora, não os tomo há alguns dias, minha mãe está super preocupada, não queria que ela se preocupasse tanto, as vezes queria que ela vivesse a vida dela, especialmente quando ela está em crise materna do tipo "o que eu fiz de errado Meu Deus?", isso me faz sentir tão mal quanto o pior dos vermes sobre a Terra, a decepção a cerca de mim mesma é tamanha que mal consigo olhar no espelho, eu choro e choro, já passei noites inteiras chorando por causa do que eu não podia entender a cerca da minha mãe; afinal, o que ela quer que eu seja? Não sei e isso me corrói, mal posso entender o motivo pelo qual ela quer tanto estar o tempo todo cuidando de mim.

Não, não os anseios para a minha vida são bem outros, quero livrá-la da minha presença, quero apenas que ela seja livre para jamais pensar em mim de novo, quero que ela seja o melhor que ela puder, por que eu a amo, mas eu sei que jamais poderei ser nada do que ela espera de mim. Toda vez que eu a vejo me sinto tão mal que não há explicação para o que sinto dentro de mim, só de pensar um nó entala no meio da minha garganta, nada que eu fale ou pra quem eu fale é suficiente, nada é o bastante. Me sinto como o ultimo brinquedo na prateleira, aquele que quebrou e ninguém quis, me sinto como uma falha, um erro, alguém que ninguém quer por perto, me da tanta vontade de sumir e deixar o mundo um lugar mais feliz.

Me enterro em livros e estudos, tento fazer algo que ninguém vá me ver, ou ter qualquer esperança a meu respeito, a única coisa que realmente gosto de fazer é estudar, para entender coisas novas e um da deixar minha mãe tranquila para não mais se preocupar comigo sabendo que eu posso cuidar de mim mesma. Queria ser ninguém para minha mãe, queria ser a pessoa que está sempre ali mas ninguém vê, ou percebe sua presença, queria só poder estar por perto para testemunhar a felicidade da minha mãe onde quer que ela fosse, mas sem ser um fardo. É mesmo bem assim que eu me sinto, um fardo pesado que só atrapalha por onde quer que passe.

Como faz então quando o Sol vem agraciar o mundo com seus raios aquecedores, aconchegantes e maravilhosos se nem disso me sinto digna? Como faz quando me lembro que algumas coisas acabaram, e a certeza de que nada é para sempre, sequer o amor. Me sinto tão só, e tão boba por tudo isso, que seria melhor nem dizer a ninguém, pois só me faz sentir pior.Quando alguém lê o que escrevi me sinto ainda mais tola, tudo que penso é que todos acharam uma bobagem sem fim, algo com que o tempo não vale a pena gastar, um desperdício de papel (ou, neste caso, de espaço na internet). Sinto como se nada do que eu faço valesse sequer o esforço, como um professor, que só lê o trabalho dos alunos por que é seu ofício. Me sinto, mais que tudo, como mais uma folha de papel que o vento levou, uma com uma parte tão insignificante da história que ninguém sequer notou a falta, talvez a minha mãe, a única que eu ache que não devesse.

Me sinto triste, e hoje, tudo que eu queria era entrar no carro e sair dirigindo, encontrar alguém que pudesse me dar ouvidos, sem cogitar já ter ouvido esta história dezenas de vezes e que essa não tem diferencial. Mas sem querer me julgar ou catalogar. Apenas ouvindo, sem necessariamente entender, só mostrar que se importa, menos a minha mãe, pra ela eu me sinto só como a pior das decepções, e ela nunca deveria sequer ter me dado ouvidos, muito menos por todos esses anos.

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